UFSM
Justificativa: Este trabalho possui uma importância, sobretudo social, uma vez que se valeu de uma investigação na região de Frederico Westphalen sobre a discriminação no mercado de trabalho, com trabalhadores e trabalhadoras do setor de serviços. Embora não possua uma amostragem capaz de sugerir generalizações, foi de extrema importância para perceber de forma mais qualitativa as situações pelas quais os trabalhadores e as trabalhadoras enfrentam para encontrar e se manter no trabalho. Objetivos: Investigar as experiências de homens e mulheres de diferentes clivagens sociais, em situações de busca e permanência no mercado de trabalho, com o intuito de compreender como são tratadas e articuladas as diferenças no setor de serviços. Metodologia: Esta pesquisa possui uma abordagem quantitativa e qualitativa, pois se utiliza de dados estatísticos para comparar as informações. Além disso, explora as especificidades do objeto de análise ao interpretar os significados dos relatos dos participantes da pesquisa. Resultados e discussões: Foi possível observar que para a maioria das mulheres negras o trabalho de empregadas domésticas são mais comuns. A maioria dos entrevistados também relataram que conseguir trabalho sem carteira atualmente é muito mais fácil. Isso significa que o trabalho no setor de serviços está aberto à informalidade, uma vez que se recusa a pagar os direitos trabalhistas das pessoas que trabalham. Além disso, é possível observar que a ideologia do branqueamento está presente nos discursos das pessoas, pois poucas se firmavam na sua identidade de negros ou pardos. Isso revela que as clivagens de cor e de gênero contribuem para a informalidade, posto que aos tipos sociais específicos lhes cabem tipos diferentes de trabalho.
Referências bibliograficas:
IANNI, O. Raças e classes sociais no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 2004.
NOGUEIRA, O. Preconceito Racial de marca e preconceito racial de origem. Tempo Social, v.19, n. 1, p. 287-308, 2006.