FIO DE PROVA: O PAPEL DOS PELOS E CABELOS NA CIÊNCIA FORENSE

IFFar-FW

CATHERINE RODRIGUES COPATTI 1 ; JULIA BORBA MARTINS 2 ; JULIANA GUERRA LIBERALESSO 3 ; LUIZA KESKE MARAZINI 4 ; VALENTINA SUCOLOTTI DAMO 5 ; CARLA DEONISIA HENDGES 6
1Discente, e-mail: catherine.68094@aluno.iffar.edu.br 2Discente, e-mail: julia.31037@aluno.iffar.edu.br 3Discente, e-mail: juliana.88085@aluno.iffar.edu.br 4Discente, e-mail: luiza.31097@aluno.iffar.edu.br 5Discente, e-mail: valentina.56094@aluno.iffar.edu.br 6Docente, e-mail: carla.hendges@iffarroupilha.edu.br

A toxicologia forense é a área que analisa amostras biológicas para detecção de substâncias tóxicas (por exemplo, metais pesados, drogas) em um organismo ou ambiente, para fins legais (RIBEIRO, 2025). Essas substâncias podem ser detectadas em diversas amostras, principalmente sangue e urina. Recentemente, pelos e cabelos têm se destacado como alternativas, por registrarem a exposição à substâncias por longos períodos (ANTUNES, 2009) e por serem úteis na análise de DNA. Este trabalho tem por objetivo analisar a contribuição dos pelos e cabelos na toxicologia forense, destacando suas potencialidades e aplicações em investigações criminais. Por meio de pesquisa bibliográfica em artigos científicos disponíveis na plataforma “Google Scholar”, verificou-se que, o sangue e a urina são amostras de degradação rápida e necessitam de cuidados específicos, como armazenamento em temperatura adequada, transporte correto para não haver adulteração, entre outros (SOUSA, 2012). Por sua vez, os pelos e cabelos têm altíssima retrospectividade, armazenando substâncias nos fios por grandes períodos devido sua estrutura porosa, possuem baixa invasividade na hora da coleta, custo moderado e estabilidade (GORDO, 2013). Nesse contexto, pelos e cabelos constituem matrizes biológicas relevantes, com aplicações comprovadas em análises forenses e reconhecida importância na elucidação de casos criminais. Um exemplo é o caso de Wayne Willians, acusado do assassinato de 29 crianças em Atlanta, Estados Unidos. A análise dos pelos e cabelos coletados no corpo de uma de suas vítimas revelou compatibilidade com o DNA do acusado e com os pelos de seu cachorro, sendo consideradas evidências relevantes na investigação. Outro caso, histórico, é de Napoleão Bonaparte, exilado na Ilha de Santa Helena, onde permaneceu isolado por seis anos até falecer devido a uma doença gástrica, inicialmente diagnosticada como câncer de estômago. Na década de 1950, a análise de fios de seu cabelo pelo dentista sueco Sten Forshufvud revelou elevados níveis de arsênio, reforçando a hipótese de que Napoleão teria sido envenenado (DA SILVA et al., 2020). Conclui-se que a análise de pelos e cabelos é uma ferramenta importante na toxicologia forense, complementando outras amostras biológicas tradicionais. Pretende-se apresentar esses achados ao público da Mostra de Ciências, por meio de uma simulação forense, evidenciando de forma prática os procedimentos de coleta e análise de fios utilizados em investigações periciais.

Referências bibliograficas:

ANTUNES, Sara C.; DUARTE, Armando C.; GONÇALVES, Fernando; PEREIRA, Ruth. Análise de cabelos: a impressão digital ambiental. Revista Captar: Ciência e Ambiente para Todos, Aveiro, v. 1, n. 2, p. 136–146, 2009. Acesso em: Setembro, 2025.

DA SILVA, Júlio César Santos et al. Envenenamentos, homens e sua relação histórica com o cuidado à saúde. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 9, p. 64278-64287, 2020.

GORDO, José Miguel de Oliveira. O cabelo como amostra biológica em toxicologia forense: colheita, análise e áreas de aplicação. 2013. Tese de Doutorado. [sn].

RIBEIRO, Renato. Estudo dos pelos. Jusbrasil, 2 ago. 2025. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/artigos/estudo-dos-pelos/245022327. Acesso em: Setembro, 2025.

SOUSA, Janaína Mendes; QUEIROZ, Paulo Roberto Martins. Coleta e preservação de vestígios biológicos para análises criminais por DNA. Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde, v. 16, n. 3, p. 99-115, 2012.

Palavras chaves: Amostras biológicas; Análise criminal; Toxicologia forense.

Obs.: Este resumo contém 368 palavras