DO PRATO À PROTEÇÃO: O POTENCIAL DAS VACINAS COMESTÍVEIS NO SÉCULO XXI

IFFar-FW

ANA MARIA KOPESKI PIOVESAN 1 ; ANNE KAROLINA GASPARINI TREVIZOL 2 ; EVELIN FRIEDRICH PASINI 3 ; GABRIELA CIGANSKI MARKOSKI 4 ; LUCAS BIRIBIO 5 ; CARLA DEONISIA HENDGES 6
1Discente, e-mail: ana.24047@aluno.iffar.edu.br 2Discente, e-mail: anne.46016@aluno.iffar.edu.br 3Discente, e-mail: evelin.2023303809@aluno.iffar.edu.br 4Discente, e-mail: gabriela.76002@aluno.iffar.edu.br 5Discente, e-mail: lucas.2023308153@aluno.iffar.edu.br 6Docente, e-mail: carla.hendges@iffarroupilha.edu.br

A vacinação é uma das estratégias mais eficazes na prevenção de doenças infecciosas. Com os avanços recentes, os progressos em genética, biologia molecular e biotecnologia vegetal têm impulsionado a investigação de alternativas inovadoras, como as vacinas comestíveis. Essa abordagem utiliza plantas geneticamente modificadas para produzir proteínas antigênicas, por meio da inserção de genes de patógenos em seu genoma. Dessa forma, quando ingeridas, essas proteínas são capazes de estimular o sistema imunológico e desencadear uma resposta imune. Considerando o exposto, o presente trabalho tem como objetivo apresentar o conceito de vacinas produzidas em plantas transgênicas, bem como reunir informações sobre o estado atual das pesquisas, destacando as principais culturas vegetais utilizadas, as doenças-alvo, as vantagens e limitações dessa biotecnologia. Para embasar esse trabalho, foram realizadas pesquisas bibliográficas em artigos científicos disponíveis na plataforma “Google Scholar”, constatando-se que as primeiras referências ao tema datam de 1997. No Brasil, os estudos voltados à produção de vacinas comestíveis iniciaram a partir dos anos 2000, fruto da colaboração entre cientistas da Embrapa e da Universidade Federal de Minas Gerais, que utilizaram a alface transgênica no combate à leishmaniose. Em 2011, a Universidade Estadual do Ceará desenvolveu a primeira vacina vegetal em feijão-de-corda contra os quatro sorotipos da dengue, enquanto a Universidade de Brasília, em parceria com a Embrapa e a Fiocruz, investigaram o uso de alface transgênica no diagnóstico do mesmo vírus. Internacionalmente, diversos estudos têm utilizado batata, tomate, banana, espinafre e cenoura como biofábricas para vacinas direcionadas à doenças como hepatite B, cólera, raiva, HIV, dengue, sarampo, tétano e HPV. Entre as potencialidades das vacinas comestíveis, destacam-se a viabilidade em termos de produção, disponibilidade, armazenamento, transporte e preparação, além da capacidade de induzir imunidade da mucosa, o que não é observado em vacinas tradicionais. Em contrapartida, o consumo de uma dose excessiva do imunizante pode causar efeitos tóxicos, enquanto uma dose insuficiente pode comprometer a imunização, aumentando o risco de surtos mesmo entre populações consideradas imunes. Também, existem limitações nos métodos de padronização do material vegetal, já que a quantidade de antígeno pode variar entre espécies e gerações da mesma planta. Nota-se que, embora ainda em estágio inicial, as vacinas comestíveis apresentam grande potencial para ampliar o acesso à imunização de forma mais acessível e eficiente, sendo necessário superar obstáculos técnicos e sociais, como padronização de doses, segurança e aceitação sociocultural. Outrossim, é fundamental avançar em pesquisas para consolidar essa biotecnologia como uma alternativa viável aos métodos tradicionais de vacinação, contribuindo de maneira significativa para a promoção da saúde pública global. Assim, observa-se que a sensibilização do público, por meio de modelos conceituais e demonstrações educativas, pode contribuir para ampliar a compreensão das implicações das vacinas comestíveis na saúde pública e na prevenção de doenças infecciosas, ressaltando a importância da imunização para o bem-estar coletivo.

Referências bibliograficas:

Palavras chaves: biotecnologia; imunização; saúde pública; vacinação.

Obs.: Este resumo contém 462 palavras