O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurodesenvolvimental caracterizado por sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade desde a infância (CORTESE; CASTELLANOS, 2013). Afeta diferentes áreas da vida, principalmente o desempenho escolar, os relacionamentos sociais e a autoestima. O objetivo deste trabalho é analisar as causas e as alterações neurobiológicas associadas ao TDAH, como falhas estruturais e funcionais no cérebro, além de compreender seus impactos acadêmicos e sociais, bem como levantar os principais tratamentos e intervenções utilizados. A metodologia adotada foi a pesquisa bibliográfica, com consulta a artigos científicos e materiais disponíveis em bases acadêmicas como SciELO e Google Acadêmico. O córtex pré-frontal é essencial para as funções executivas, como atenção e controle de impulsos; o estriado está ligado à motivação e à recompensa; e o cerebelo, à coordenação motora e cognitiva. As falhas nessas áreas explicam a origem dos sintomas de desatenção e hiperatividade (LERMEN et al., 2021). Essas manifestações neurobiológicas afetam diretamente o desempenho escolar e as relações sociais. No ambiente escolar, os sintomas geram dificuldades de memória, organização, concentração e controle do comportamento, o que compromete o aprendizado, já que a impulsividade leva ao erro e a hiperatividade em sala de aula, juntamente com a desorganização com materiais, representam desafios adicionais (BARBOSA; SANTOS, 2019; LERMEN et al., 2021). A falta de conhecimento dos professores sobre o transtorno também pode dificultar o apoio adequado, gerando um sentimento de exclusão no aluno (MACHADO; PEREIRA, 2020). Já na vida social, os sintomas interferem na convivência familiar e nas interações interpessoais, resultando em conflitos, isolamento e baixa autoestima (SILVA et al., 2022; RIBEIRO, 2018). Isso pode levar ao insucesso profissional e dificultar a manutenção de amizades, pois o estigma e a falta de informação fazem com que pessoas com o transtorno sejam evitadas ou excluídas (LIMA, 2017). O preconceito e a falta de informação também dificultam a inclusão, pois os sintomas muitas vezes são confundidos com má educação ou falta de esforço (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIA, 2022). Em relação às intervenções, destacam-se a psicopedagogia, arteterapia, terapia cognitivo-comportamental, treinamento parental, além de recursos farmacológicos, como o uso de estimulantes e antidepressivos, que juntos contribuem para reduzir sintomas e melhorar a qualidade de vida (SGANDERLA et al., 2024; MACHADO et al., 2019). O acompanhamento multiprofissional é essencial para manejar os sintomas e reduzir impactos sociais e acadêmicos (REDE D'OR SÃO LUIZ, 2021). Mais do que um desafio individual, o TDAH deve ser compreendido como uma condição complexa que exige suporte integrado de família, escola e profissionais da saúde, além da conscientização social para reduzir estigmas e promover inclusão.

Referências bibliograficas:

BARBOSA, Vanessa Alves; SANTOS, Lúcia Helena. As dificuldades da criança com TDAH no contexto escolar. Publicações UNIESP, v. 14, n. 1, p. 165-177, 2019. Disponível em: https://publicacoes.uniesp.edu.br/index.php/14/article/view/165. Acesso em: 3 set. 2025.

CORTESE, Samuele; CASTELLANOS, Francisco Xavier. TDAH e Neurociência. In: Enciclopédia sobre o Desenvolvimento na Primeira Infância. 2013. Disponível em: https://www.enciclopedia-crianca.com/hiperatividade-e-deficit-de-atencao-tdah/segundo-especialistas/tdah-e-neurociencia. Acesso em: 29 ago. 2025.

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LIMA, Alana Cristina. A vida social de adultos com TDAH: a influência das funções executivas na interação social. Dissertação (Mestrado em Psicologia). Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2017. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/18674. Acesso em: 3 set. 2025.

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