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Ao longo da história da humanidade, os produtores agrícolas sempre tiveram o desafio de proteger seus cultivos de pragas e doenças, sendo os mesmos responsáveis por perdas produtivas significativas e, em casos extremos, como no caso da Phytophthora infestans (requeima) em batata, responsável pela morte de milhões de pessoas e a emigração de milhões de irlandeses no século XIX. Por isso, o manejo adequado e a adoção de boas práticas agrícolas são fundamentais para proteger as plantas e garantir a produção agrícola. Muitas são as estratégias para a proteção das plantas, desde receitas com ingredientes caseiros, até o uso de defensivos químicos cuja utilização cresce a cada novo dia, mas com efeitos diretos sobre a saúde humana e responsável por muitos desequilíbrios ambientais. Nesse sentido, pesquisadores, técnicos e produtores vêm buscando alternativas sustentáveis e viáveis economicamente para mitigar estes danos, como a rotação de culturas, o uso de inimigos naturais e produtos biológicos. Dentre essas alternativas, o uso de ozônio vem ganhando espaço no controle sanitário de lavouras e até na conservação do pós-colheita, seja de frutas, hortaliças e até grãos. Baseado nisso, este trabalho tem como objetivo apresentar, discutir e testar o uso do ozônio na agricultura, especificamente no controle de pragas e doenças via água de irrigação. O ozônio é uma molécula composta por três átomos de oxigênio (O₃), que existe tanto na estratosfera (camada de ozônio), onde filtra a radiação UV prejudicial do Sol, quanto na troposfera. O ozônio é um alótropo do oxigênio (a forma diferente da mesma molécula). Na atmosfera, ele é criado quando a radiação ultravioleta solar quebra as moléculas de oxigênio (O₂) em átomos de oxigênio (O). Esses átomos se combinam com outras moléculas de O₂, formando o ozônio (O₃). O ozônio reduz a incidência de fungos e bactérias nas plantações, diminuindo a necessidade de fungicidas e outros produtos químicos. Além disso, a água ozonizada elimina microrganismos patogênicos, garantindo que as plantas recebam água livre de contaminantes e evitando a propagação de doenças. O ozônio pode degradar e reduzir resíduos de agrotóxicos em frutas, vegetais e grãos, melhorando a segurança alimentar. É usado em vegetais e outros produtos para controlar fungos e micotoxinas, prolongando a vida útil e controlando a degradação, o ozônio pode ser utilizado tanto no desenvolvimento/crescimento até o manejo pós colheita, também é utilizado na sanitização de equipamentos na produção animal, ele pode ser aplicado por meio de irrigação com água ozonizada, pulverização foliar, tratamento pós-colheita e desinfecção de ambientes. Com custo médio de 2.000 a 15.000 reais (dependendo da capacidade de geração de ozônio necessária), pode ser facilmente aplicado tanto em grandes quanto em médias propriedades, sendo uma alternativa sustentável que poderá modificar profundamente a produção agrícola. O uso do ozônio na agricultura demonstra ser eficiente, sustentável e inovador, contribuindo para segurança alimentar e produtividade dos cultivos ou mesmo sua conservação pós-colheita.
Referências bibliograficas: