IFFar-FW
O número de manchas solares é o índice mais antigo de atividade solar. Ele serve como uma medida da atividade magnética geral do Sol (Echer, 2003), com observações que se estendem desde o início do século XVII. As variações na atividade solar, evidenciadas por estas manchas, impactam de forma significativa tecnologias espaciais, sistemas de comunicação e diversos fenômenos geofísicos na Terra. A relevância de monitorar o Sol justifica, portanto, a presente pesquisa, que busca engajar jovens estudantes na observação astronômica e demonstrar a importância da astrofísica no cotidiano. O objetivo principal deste trabalho é desenvolver e validar um método acessível e de baixo custo para que estudantes do ensino médio possam observar e quantificar a atividade solar. Como objetivos específicos, busca-se comparar os dados coletados com registros de observatórios internacionais e analisar a variação da atividade solar ao longo de um período determinado, com base no ciclo de Schwabe, que possui uma periodicidade média de 11 anos. A metodologia empregada consistiu no registro fotográfico diário do disco solar entre 19 de julho e 10 de setembro de 2025, na cidade de Frederico Westphalen/RS. Para a captura das imagens, utilizou-se um smartphone Samsung Galaxy S24 com ampliação digital de 100x, acoplado a um filtro de densidade neutra. A partir das imagens, foi calculado o Número Relativo de Manchas Solares (R), ou Número de Wolf, através da equação R = k (10g + s), onde 'g' é o número de grupos de manchas, 's' é o número total de manchas individuais e 'k' é um fator de correção do observador (adotado como k=1). Adicionalmente, o grupo realizou medidas para estimar o tamanho médio das manchas utilizando a contagem de pixels em software de edição de imagem (Paint). Como resultados esperados, almeja-se que os valores do Número de Wolf calculados neste estudo apresentem boa correlação com os dados oficiais disponibilizados por centros de referência, como o Sunspot Index and Long-term Solar Observations (SILSO). A concordância entre os dados validará a metodologia de baixo custo como uma ferramenta eficaz para o acompanhamento da variabilidade solar. Conclui-se que a iniciativa pode não apenas contribuir para a educação científica, mas também fomentar o interesse pela ciência cidadã na área da astrofísica.
Referências bibliograficas:
ECHER, Ezequiel et al. O número de manchas solares, índice da atividade do sol. Revista Brasileira de Ensino de Física, São Paulo, v. 25, n. 2, p. 157-163, jun. 2003. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbef/a/MC3Wc4LDPxCYFVX4RrzQLZq/?format=html&lang=pt. Acesso em: 20 de agosto de 2025.