IFFar - Campus Frederico Westphalen
Combustíveis derivados de petróleo são as principais fontes energéticas utilizadas na atualidade. Dentre os principais combustíveis utilizados podemos destacar o óleo diesel. No Brasil, ele é utilizado principalmente em transportes rodoviários e maquinários. Entretanto, a combustão desses materiais gera subprodutos que contribuem para a poluição atmosférica. Além disso, o petróleo é uma fonte não renovável, e a sua utilização em larga escala faz com que esse recurso seja finito, abrindo cada vez mais espaço para a utilização de combustíveis ambientalmente amigáveis. O biodiesel é um combustível renovável, uma proposta que visa aproveitar substâncias que seriam descartadas e convertê-las quimicamente, aumentando seu valor agregado. Com base nisso, o presente trabalho tem como principal objetivo a produção de biodiesel utilizando resíduos de óleo vegetal produzidos diariamente no restaurante Skina do sabor, localizado nas dependências do Instituto Federal Farroupilha – Campus Frederico Westphalen, bem como propor a utilização do biocombustível no próprio IFFAR-FW. Essa proposta traz benefícios econômicos e sociais, pois daria destino aos descartes de óleo de cozinha além de possibilitar o emprego do produto na instituição, diminuindo a utilização de combustíveis fósseis, atendendo às necessidades de forma consciente em relação à biosfera. Deste modo, os resíduos de biomassa seriam reutilizados e não apenas descartados no meio-ambiente. O biodiesel foi obtido a partir da reação de transesterificação dos triacilgliceróis presentes no óleo de cozinha. Para isso, utilizou-se etanol como reagente nucleofílico e ácido sulfúrico como catalisador. A escolha da catálise ácida ao invés da básica evita a formação de sais orgânicos provenientes da reação entre a base e os ácidos carboxílicos (ácidos graxos) gerados no óleo de cozinha após o seu aquecimento. Portanto, além do biodiesel, esse processo gera apenas glicerol como subproduto, o qual foi separado do produto de interesse utilizando uma extração líquido-líquido. O material foi obtido com 71,1% de rendimento (v/v) tendo como base o volume de óleo de cozinha utilizado. Os testes de turbidez e densidade demonstraram que o biodiesel produzido apresenta características físico-químicas dentro dos padrões regulamentados pela ANP. Além disso, sua combustão apresentou menor produção de fuligem quando comparada com o diesel de petróleo, mostrando ser uma melhor alternativa do ponto de vista ambiental. Através deste trabalho foi possível sintetizar biodiesel com bons rendimentos a partir do tratamento de resíduos de óleo de cozinha produzidos regularmente na cantina no IFFAR-FW. Esse processo mostrou ser uma excelente alternativa para reduzir a quantidade de resíduos de óleo vegetal descartada, dando maior valor agregado ao material. Além disso, traz uma proposta para a utilização do produto como combustível na própria instituição.
Referências bibliograficas:
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ANP - Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Lei n°11097 de 13 Janeiro de 2005 Ministério de Minas e Energia. Dispõe sobre a introdução do biodiesel na matriz energética brasileira Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2005.
CANAN, W. Inimigo invisível: a poluição do óleo diesel. Cotidiano UFSC, 2022. Disponível em: . Acesso em 03 de setembro de 2023.