Quem Morre Quando a Democracia é o Alvo? A História da Vala de Perus

IFFar - Campus Frederico Westphalen

Karol Valentine da Cruz 1 ; Luiza Zanon Miotto 2 ; Graziela da Silva Motta 3
1Estudante do Curso Téc. em Agropecuária (1º ano, T 13), e-mail: karol.2023307414@aluno.iffar.edu.br 2Estudante do Curso Téc. em Agropecuária (1º ano, T 13), e-mail: luiza.2023308494@aluno.iffar.edu.br 3Professora, e-mail: graziela.motta@iffarroupilha.edu.br

Nos últimos dez anos, a democracia brasileira passou por diversos testes de resistência. O segundo governo Dilma sofreu um golpe para que fossem implementadas as agendas da direita, como a aprovação do teto dos gastos, as reformas trabalhista e do ensino médio. Em seguida, lideranças alinhadas com as ideologias da extrema direita começaram a se popularizar, culminando na eleição de Jair Bolsonaro, bem como de diversos parlamentares que surfaram na onda do fenômeno denominado “bolsonarismo” (Casimiro, 2018). As ideologias que estão mais à esquerda do espectro ideológico têm sido conhecidas por “novas direitas”, das quais o bolsonarismo faz parte. Carapanã (2018) aponta que as ideias fascistas que são traços marcantes da extrema direita circulam livremente entre as novas direitas, uma vez que são tratadas como liberdade de expressão. Nesse sentido, as novas direitas recusam a existência da democracia liberal, visto que se colocam contra os direitos conquistados por grupos subalternizados, como é o caso dos direitos humanos, das mulheres, dos trabalhadores, dentre outros (CARAPANÃ, 2018). Ao recusar a democracia, o modelo político ideal desses grupos é um regime autoritário – único capaz de colocar em vigor as violações democráticas, pois a direita brasileira sempre recorreu ao autoritarismo para colocar seu projeto antidemocrático em prática (GENTILE, 2018; CARAPANÃ, 2018). Nesse flerte com o autoritarismo, não são raras as tentativas de ressignificação do passado, principalmente aquelas que tentam transformar torturadores em heróis nacionais, como podemos observar nas homenagens de Bolsonaro à Ustra no Congresso Nacional. O golpe de 1964, anos de chumbo da história brasileira, também tem se tornado uma memória em disputa pelas novas direitas que desejam ressignificá-lo como “Revolução de 1964”. Diante disso, este trabalho tem como objetivo apresentar a história da Vala de Perus, uma cova clandestina utilizada para ocultar mais de 1.000 cadáveres durante a ditadura militar, com o intuito de revelar as atrocidades proporcionadas por regimes autoritários. Para a realização deste trabalho, fizemos uso da pesquisa bibliográfica que nos deu subsídio para apresentar as imagens no estande da mostra de ciências. A descoberta da Vala de Perus foi realizada pelo trabalho jornalístico de Caco Barcelos em 1990 e segue sendo analisada por instituições para encontrar os ossos dos desaparecidos políticos da ditadura militar no Brasil. Até o presente momento, as ossadas revelaram a identidade de somente 5 desaparecidos políticos, isto porque as pessoas eram descartadas dentro de sacos plásticos com o nome de outras pessoas. Por conta disso, há muito ainda o que ser revelado sobre nosso período antidemocrático nos próximos anos.

Referências bibliograficas:

CARAPANÃ. A nova direita e a normalização do nazismo e do fascismo. In. MIGUEL, L. F. et al. O ódio como política: a reinvenção da direita no Brasil. São Paulo: Boitempo, 2018.

CASIMIRO, F. H. C. As classes dominantes e a nova direita no Brasil contemporâneo. In. MIGUEL, L. F. et al. O ódio como política: a reinvenção da direita no Brasil. São Paulo: Boitempo, 2018.

GENTILE, F. A direita brasileira em perspectiva histórica. PLURAL, São Paulo, v.25.1, p.92-110, 2018.

Palavras chaves: Vala de Perus, Ditadura Militar, Trabalho Jornalístico

Obs.: Este resumo contém 416 palavras