Entre KAMÉ e KAJRU: Uma Apresentação da Cultura Indígena Kaingang

IFFar - Campus Frederico Westphalen

Alisson Vasco dos Reis 1 ; Lucas Romitti Franciskievicz 2 ; Luka Câmara Gandin 3 ; Pollyana Eichsttat Maçalai 4 ; Graziela da Silva Motta 5
1Estudante do Curso Téc. em Agropecuária (2º ano, T 23), e-mail: alisson.2022309620@aluno.iffar.edu.br 2Estudante do Curso Téc. em Agropecuária (2º ano, T 23), e-mail: lucas.2022315304@aluno.iffar.edu.br 3Estudante do Curso Téc. em Agropecuária (2º ano, T 23), e-mail: luka.2022313408@aluno.iffar.edu.br 4Estudante do Curso Téc. em Agropecuária (2º ano, T 23), e-mail: pollyana.2022319690@aluno.iffar.edu.br 5Professora, e-mail: graziela.motta@iffarroupilha.edu.br

A constitucionalidade da tese do “marco temporal” está sendo votada pelos ministros e pelas ministras do Supremo Tribunal Federal. Essa tese tem a ver com a demarcação de terras indígenas no Brasil (CUNHA & BARBOSA, 2018). O cenário de votação tem reacendido e tensionado as discussões fundiárias entre descendentes de imigrantes europeus, que ocuparam a região de Frederico Westphalen, e os indígenas Kaingang, que são originários, ou seja, descendentes dos povos pré-colombianos que ocuparam essa região. O município de Frederico Westphalen está situado geograficamente próximo aos territórios Kaingang, como a Terra Rio dos Índios, Goj Vêso, Aeroporto, Inhancorá, Guarita, Nonoai, etc. Nos estudos de Carini (2017), podemos observar que o conflito fundiário é bastante antigo na região, mas para além das disputas fundiárias, a nossa observação das redes sociais constatou que há muitos equívocos a respeito do entendimento da especificidade das culturas indígenas por parte da sociedade envolvente. A maioria das pessoas possui uma visão etnocêntrica a respeito dos povos indígenas, isto é, pensam que existe uma linha evolutiva da qual os povos originários ocupam os lugares menos evoluídos, enquanto que os descendentes de imigrantes europeus estariam no ápice desta evolução, fortalecendo uma falsa dicotomia entre supostos “selvagens e civilizados”, pensamento típico do início do século XX (LARAIA, 1986). Por esse motivo, pensamos em um trabalho que tem como objetivo apresentar a cultura indígena Kaingang com o intuito de desconstruir os equívocos mais comuns da sociedade envolvente a respeito desta etnia indígena. Para que nosso trabalho atinja este objetivo iremos apresentar: i) a cosmologia Kaingang, que trata da história das duas metades complementares Kamé e Kairu; ii) as comidas típicas desse grupo étnico; iii) o ritual do Kiki, que é um culto aos seus mortos; e iv) o artesanato com os quais os indígenas obtém parte da sua renda. Com este trabalho, esperamos que o conhecimento a respeito das particularidades da cultura indígena Kaingang possa desconstruir a visão evolucionista do outro substituindo por um respeito à diferença cultural, eliminando as falsas hierarquias entre os humanos.

Referências bibliograficas:

CARINI, J. J. As desterritorializações dos rurais no Norte do Rio Grande do Sul: do final do século XIX ao final do século XX. In. TEDESCO, J. C. Conflitos agrários no Norte do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: EST Edições, 2017.

CUNHA, M. C.; BARBOSA, S. R. (Orgs.). Direitos dos povos indígenas em disputa. São Paulo: editora UNESP, 2018.

LARAIA, R. B. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Zahar, 1986.

Palavras chaves: Cultura; etnia Kaingang; Kamé e Kairu; ritual do Kiki.

Obs.: Este resumo contém 337 palavras