IFFar - Campus Frederico Westphalen
Staphylococcus aureus é uma bactéria Gram-positiva reconhecida como o principal patógeno na mastite bovina, sendo de difícil tratamento devido à alta resistência de antimicrobianos. A principal fonte de infecção é o leite contaminado proveniente de animais com a forma subclínica da doença. Afeta a glândula mamária, invadindo a cisterna e se estabelecendo no tecido secretório, podendo ser encontrado na pele do animal e nas mãos de quem realiza a ordenha, ou em outros materiais da baia. Apresenta sinais clínicos graves, como necrose, grumos e mudanças na coloração do leite, gerando perdas econômicas na propriedade (RADOSTITS et al., 2002). O trabalho tem por objetivo detectar e relatar casos de mastite subclínica, além de identificar problemas de manejo e discutir sobre a resistência do patógeno aos antimicrobianos. As amostras de leite utilizadas neste estudo foram obtidas a partir do Compost Barn do Instituto Federal Farroupilha - Campus Frederico Westphalen. No total, foram coletadas 8 amostras de leite de vacas da raça Holandesa, lactantes e com aproximadamente 6 anos de idade. Para a coleta, o quarto mamário foi higienizado com gaze embebida em álcool 70% e o leite dos quatro tetos foi armazenado em tubos de 50 mL estéreis. Na sequência, as amostras foram semeadas em Ágar Baird Parker, enriquecido com gema de ovo e telurito de potássio e incubadas por 72 horas a 37°C. Observou-se o crescimento das colônias da bactéria Staphylococcus aureus em 4 das 8 amostras inoculadas, devido a sua coloração acinzentada/amarelo-ouro. A identidade das colônias foi confirmada através da coloração de Gram. Para avaliar a resistência aos antibióticos, foi realizado antibiograma. Após estudos, concluímos que o tratamento da mastite causada por S. aureus, possui taxas de cura bastante baixas - cerca de 30% - (Educa Point, 2021) devido a alta resistência do patógeno aos antibióticos, tornando-se economicamente inviável realizá-lo durante o período de lactação. Sendo assim, para evitar a disseminação da doença pelo rebanho, devem ser adotadas práticas de manejos adequados, como o teste da caneca de fundo preto, pré-dipping, secagem do quarto mamário com papel toalha e pós-dipping, também, manter as vacas em pé após a ordenha, evitando a entrada de patógenos pela ponta do teto; além disso, recomenda-se seguir uma ordem para ordenhá-las, deixando as vacas contaminadas por último. Existem algumas instruções normativas em relação a Contagem de Células Somáticas (CCS) que o produtor deve seguir - médias geométricas trimestrais de no máximo 500.000 CS/mL (IN 76) -, já que altos números de CCS resultam em menor produção de litros de leite, assim como acontece no leite analisado, o qual apresenta CCS em níveis elevados, ultrapassando de 1.000.000 CS/mL, situação que se for aliada à mastite, causará perdas econômicas significativas na propriedade.
Referências bibliograficas:
RADOSTITS, O. M. Mastite. In: RADOSTITS et al. (Ed) Clínica veterinária: um tratado de doenças dos bovinos, ovinos, suínos, caprinos e equinos: Guanabara Koogan, 2002. cap. 15. p. 541-629.
EDUCA POINT. Mastite por staphylococcus aureus: o que você precisa saber. 2021. Disponível em: https://www.educapoint.com.br/blog/pecuaria-leite/mastite-staphylococcus-aureus/#:~:text=O%20Staphylococcus%20aureus%20se%20comporta,vaca%20com%20uma%20infec%C3%A7%C3%A3o%20subcl%C3%ADnica. Acesso em: agosto de 2023.
CANAL DO LEITE. Instruções Normativas sobre a qualidade do leite no Brasil. 27/02/19. Disponível em: https://canaldoleite.com/noticias/instrucoes-normativas-sobre-a-qualidade-do-leite-no-brasil/. Acesso em: agosto, 2023.