IFFar - Campus Frederico Westphalen
A suinocultura brasileira é reconhecida mundialmente, sendo uma cadeia produtiva em constante ascensão, apresentando contínuos e significativos avanços no âmbito tecnológico e produtivo. Com isso, o processo de intensificação na criação de suínos torna-se cada vez mais relevante para a manutenção da importância econômica da suinocultura industrial, onde são necessários elevados padrões zootécnicos, nutricionais e sanitários. Ademais, o desenvolvimento otimizado da atividade enfrenta grandes desafios, entre eles encontram-se as doenças multifatoriais. O presente estudo disserta a respeito de úlceras gástricas em suínos confinados, juntamente com assuntos que permeiam o tema. Denota-se uma grande relevância ao abordar essa temática, tendo em vista seu impacto na suinocultura e também por ser um problema que pode ser causado por diferentes fatores. Seus efeitos são amplamente prejudiciais, causando desequilíbrios reprodutivos, perdas econômicas e quedas na produtividade. Analogamente, o estudo tem como objetivo abordar e expor o tema de maneira didática e objetiva, a fim de desenvolver a informação e conscientização. Desta forma fomenta-se a adoção de atividades preventivas, a fim de minimizar a incidência de úlceras gástricas em suínos confinados, visto que a ocorrência em nível de frigorífico pode variar de 2 a 50% e a taxa de mortalidade pode chegar até 5% em animais de terminação. A metodologia da pesquisa formou-se através de uma entrevista com o proprietário de uma granja de terminação de suínos localizada na região noroeste do RS e complementou-se com pesquisa bibliográfica. No diálogo constatou-se que as manifestações clínicas iniciaram com inapetência seguida de icterícia, longos períodos em decúbito, bruxismo por estímulo doloroso e melena, onde os sinais persistiram por três dias, após isso os animais vieram a óbito. Totalizaram cinco animais em óbito na fase de terminação, todos acometidos por úlceras gástricas, as quais foram confirmadas pelo histórico clínico dos animais e, principalmente pelas lesões observadas à necropsia que consistiam em ulcerações gástricas. Apesar dos fatores desencadeantes das úlceras gástricas não estarem bem conhecidos, acredita-se que seja um problema multifatorial e dentre os fatores primários, todos relacionados ao aumento dos níveis de estresse dos animais, são levados em consideração a alimentação, oferta deficiente de água, instalações ineficentes, ambiente impróprio e manejo inadequado. O mecanismo através do qual o estresse origina ou favorece a ocorrência da úlcera gástrica não está claro. É provável que esteja relacionado a um estímulo vagal que, induz a um aumento na produção de pepsina e de ácido clorídrico que, por sua vez, irritam a mucosa gástrica. Os sintomas da evolução da úlcera gástrica são variáveis. Ela pode se manifestar desde uma forma superaguda, em que os animais são encontrados mortos sem apresentarem sinais da doença, até a forma crônica, em que se pode observar sinais clínicos durante períodos variáveis. A morte ocorre como resultado de severa hemorragia no interior do estômago. Ao findar a discussão, conclui-se que há a necessidade de conscientização por parte dos produtores, pois ao adotar um manejo adequado o risco dos animais desenvolverem úlceras gástricas é significativamente menor, assim, evitam-se prejuízos econômicos e o bem-estar animal é preservado.
Referências bibliograficas:
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