IFFar - Campus Frederico Westphalen
Com o advento das tecnologias móveis, especialmente os celulares, emergiu a adoção de diferentes estilos de vida na sociedade. Em 2021, os domicílios com acesso à internet no Brasil chegaram a 91% e o uso do celular, o meio predominante pelo qual esse acesso acontece, possui índice de 99,5% (IBGE, 2022). Esse contexto repercute, por exemplo, no comportamento alimentar da população, a partir da ampliação das formas de interação e divulgação dos mais variados produtos alimentícios pela internet e aplicativos. Essa facilidade de compra, a partir de um “clique”, ganhou espaço nas residências e resultou em mudanças nos hábitos alimentares. Ademais, o consumo de alimentos, por meio de serviços on-line, esteve atrelado ao período da pandemia provocada pelo vírus SARS-CoV-2, responsável pela covid-19, nos anos 2020 e 2021. Locais de comercialização de refeições buscaram alternativas de venda, dentre elas o delivery. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi avaliar o que tem predominado no comportamento alimentar das famílias a partir da relação entre a prática de preparar o próprio alimento ou utilizar aplicativos e serviços de delivery. A metodologia baseou-se em um levantamento de dados qualitativos, oriundos de um questionário on-line elaborado no Google Forms, o qual continha questões objetivas acerca do comportamento alimentar e uso de delivery e/ou aplicativos. O público participante, um total de 40 pessoas, foi os familiares dos estudantes de uma instituição de ensino, os quais foram contatados durante uma reunião de pais. Os resultados indicaram que a composição familiar em média é de 3 a 4 membros (80%). Serviços de delivery estão presentes em 90% dos municípios que residem, embora 70% das famílias não possuem aplicativos de delivery nem a prática de solicitação de alimentos por esse meio. Ao serem questionados sobre os dias da semana com maior frequência de uso, a predominância foi aos finais de semana, sendo o sábado com maior predomínio (85%). Os tipos de alimentos preferidos, quando consumidos por delivery, foram pizza e xis, ambos com frequência quinzenal. Sobre os principais motivos para a tomada de decisão acerca de preparar os alimentos e pedi-los por delivery ou aplicativos, as respostas indicaram que no quesito preparar o próprio alimento as justificativas são: comida mais saudável, o sabor e a socialização familiar. E os motivos para o uso de delivery foram: praticidade, variedade e sabor diferenciado. A partir deste levantamento considera-se que, embora haja a convivência diária com as tecnologias móveis com acesso a internet, as quais disseminam diferentes formas de acesso e consumo aos mais variados tipos de alimentos, a valorização da comida feita em casa permanece como indispensável. Contudo, essa constatação precisa ser articulada com a faixa etária dos respondentes que foi de 40 a 49 anos (47%), cuja característica de consumo on-line diferencia-se de um público mais jovem, o que revela um potencial grupo para estudos posteriores. Por fim, a resposta para a pergunta: “fazer ou pedir?” aproxima-se da manutenção de um comportamento alimentar que ainda está distante do “clique” e próximo a “mão na massa”.
Referências bibliograficas:
IBGE. PNAD TIC 2021. Internet já é acessível em 90,0% dos domicílios do país em 2021. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/34954-internet-ja-e-acessivel-em-90-0-dos-domicilios-do-pais-em-2021. Acesso em 30 ago.2023.