Na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013, a cidade de Santa Maria/RS presenciou uma das maiores tragédias do país: o incêndio que causou a morte de 242 pessoas e deixou mais de 600 feridos na famosa boate da cidade, Kiss. Oito anos depois, na cidade de Porto Alegre/RS, os réus Elissandro Spohr, Mauro Hoffmann, Marcelo de Jesus e Luciano Bonilha foram julgados pelo ato criminoso em um julgamento que perdurou por 10 dias, levando à condenação dos quatro réus. Contudo, diversos especialistas discutem sobre o impacto da mídia no andamento do julgamento, havendo divergências sobre como o processo deveria ser conduzido e julgado. Tais discussões não são exclusivas a este caso, havendo uma vasta literatura jurídica sobre como a comoção social e a pressão da mídia podem influenciar a atuação do poder judiciário. Considerando este contexto, este trabalho tem como objetivo explorar a problemática no caso da boate Kiss, especificamente (i) descrevendo brevemente o caso e seus desdobramentos no judiciário e (ii) discutindo como a mídia pode ter impactado no andamento do processo e em seu julgamento - especialmente considerando a perspectiva recente de anulação de todo o processo Trata-se de um trabalho de cunho exploratório e que se baseia na realização de entrevistas com advogados(as) ligados(as) ao caso. As entrevistas ocorreram de forma remota, utilizando-se de questionário semiestruturado contendo as seguintes questões norteadoras: a) em sua perceptiva, o julgamento do caso teve influência da mídia? b) (se sim) como a mídia influenciou? c) poderia dar alguns exemplos de certas ações da mídia e como elas repercutiram em algum ato/decisão no processo? A pesquisa está em andamento e, por conta disso, os dados gerados estão em fase de análise.

Referências bibliograficas:

TRIBINAL DE JUSTIÇA. Possui informações sobre o caso Kiss. Disponível em: . Acesso em: 29 ago 2022.