IFFar - Campus Frederico Westphalen
Os pigmentos fotossintetizantes captam a energia luminosa do Sol, convertendo-a em energia química nas ligações formadas em moléculas de açúcares, produzidos a partir de água e gás carbônico. Os principais pigmentos das plantas terrestres e de algas estreitamente relacionadas com elas, são as clorofilas a e b, capazes de captar fótons em diferentes comprimentos de onda do espectro eletromagnético. Enquanto a clorofila a apresenta coloração azul esverdeada, a clorofila b é percebida como um pigmento verde amarelado. Em algumas algas, a clorofila a está acompanhada por outros pigmentos, as clorofilas c e d, o que nos permite distinguir dentre estes organismos aqueles grupos de algas mais aparentados às plantas terrestres, que são as algas carófitas e clorófitas. Além das clorofilas, há os carotenoides e xantofilas, que têm coloração entre o laranja e o amarelo, sendo capazes de absorver a luz em regiões do espectro nos quais as clorofilas absorvem fracamente. Baseado nisso, o objetivo deste trabalho é a extração dos pigmentos fotossintéticos de diferentes plantas terrestres, algas e cianobactérias, a fim de relacionar o tipo de pigmento produzido pelo organismo com a sua história evolutiva. Assim, foram selecionadas folhas de couve e espinafre (plantas terrestres), talos foliáceos de ulva (Chlorophyta) e Gracilaria (Rhodophyta) e uma amostra comercial de spirulina (Cianobacteria). Estas foram secas em estufa durante 7 dias e, após, foram maceradas em cadinho de porcelana, até se tornarem um pó. Um grama desse pó foi adicionado a tubos de ensaio com tampa aos quais foram adicionados 4mL de etanol absoluto. Após agitação, os tubos foram abertos e incubados em banho-maria a 80ºC, durante 5 minutos. A seguir, os tubos foram fechados e incubados no escuro durante 10 minutos. Para a separação dos pigmentos foi utilizada a cromatografia em papel, utilizando-se tiras de 2cm x 10cm de papel filtro quantitativo, as quais 100µL de cada uma das amostras foram adicionadas, formando uma linha a cerca de 1 cm da sua base. Na sequência, os papéis com as amostras foram deixados secar e a sua extremidade inferior, sem tocar no local dos pigmentos, foram colocados na vertical em béqueres em contato com etanol absoluto. À medida em que o papel absorveu o etanol, os pigmentos migraram ao longo das tiras, separando os pigmentos. Na porção inferior das amostras pertencentes às plantas terrestres e à ulva, observou-se, de baixo para cima, uma faixa de pigmento verde mais claro, de clorofila b, seguida por uma faixa verde intensa, de clorofila a, seguidas por faixas amareladas e alaranjadas, compatíveis com as xantofilas e carotenoides, respectivamente. Para Spirulina, além de uma faixa mais forte de clorofila a, observou-se uma faixa avermelhada que não migrou, do pigmento ficoeritrina. Já na alga vermelha Gracilaria, além da faixa correspondente à clorofila a, foi observada a faixa mais baixa correspondente à ficoeritrina. Através desse experimento, constatou-se a existência de pigmentos fotossintéticos que são compartilhados entre as plantas terrestres e as algas verdes do grupo das Clorófitas, consideradas, juntamente com as alas carófitas, como grupos de organismos evolutivamente próximos.
Referências bibliograficas:
AMABIS, J.M.; MARTHO, G.R. Biologia. Vol. 1, 2 e 3. 2ed. São Paulo: Moderna, 2004.
REECE, J.B., et al. Biologia de Campbell. 10ª. Artmed. 2015