Relato de Caso: Falha no Conforto Térmico de Leitões na Fase de Creche

IFFar - Campus Frederico Westphalen

Felipe Michels Duppont 1 ; Kassiane Pelinson da Costa 2 ; Letícia Emanuelly de Oliveira 3 ; Deivid Guareschi Fagundes 4 ; Joabel Tonellotto dos Santos 5
1Discente, e-mail: felipeduppont@hotmail.com 2Discente, e-mail: kassipcosta.vet@gmail.com 3Discente, e-mail: letiioliveira2002@gmail.com 4Professor do IFFar - FW, e-mail: deivid.fagundes@iffar.edu.br 5Professor do IFFar - FW, e-mail: joabel.santos@iffarroupilha.edu.br

A suinocultura é uma atividade que possui grande destaque no Brasil, gerando renda e desenvolvimento social, aliada a bons índices zootécnicos e a sustentabilidade. É uma cadeia produtiva com característica de produção intensiva, onde cada vez mais a automação e novas tecnologias são implementadas nas granjas. Durante os meses de junho a setembro a região sul do país passa por frios rigorosos e umidades elevadas, o que demanda maiores cuidados relacionados ao conforto térmico dos suínos, principalmente na fase de creche, pois estes animais exigem temperaturas mais altas e toleram menos amplitudes térmicas. Assim, o aquecimento das instalações assume importância fundamental nesta fase de vida dos suínos, pois garante que os animais se mantenham na zona de termoneutralidade, visto que nos primeiros dias de alojamento a temperatura deve estar em torno de 24°C e com o passar das semanas ocorrendo uma regressão gradual até a faixa dos 20°C. Outrossim, o caso em foco ocorreu em uma granja crechário, no noroeste do RS, na qual observou-se uma queda brusca da temperatura no interior da instalação em torno de 5 a 7 dia após o alojamento (leitões em torno de 28 a 30 dias de vida), o que levou os animais a um elevado estresse, comprometendo assim a imunidade dos mesmos. Ao investigar as possíveis causas do problema, foi verificado que o aquecedor de ar (fornalha) que era abastecido com cavaco / pellet havia apresentado falha no seu funcionamento. O problema foi decorrente da utilização de pellets de má qualidade, o que ocasionou a obstrução do helicoide responsável pelo abastecimento destes pellets pela compactação dentro da fornalha e logo assim, extinção do fogo, levando com que os leitões se mantivessem em torno de três horas sob temperatura em torno de 15°C, de forma que agissem a realizar termogênese (produção de calor) amontoando-se uns aos outros, ocorrendo o pisoteamento e morte por esmagamento entre alguns animais do lote. Além disso, um problema desta magnitude afetará o desempenho produtivo deste lote de leitões, pois o estresse térmico diminui a imunidade dos animais, deixando estes mais expostos a várias patologias. Com a manutenção do aquecedor após a queda brusca de temperatura, buscou-se ajusta-la visando atender o conforto térmico ideal para que não ocorresse novamente o problema, e consequentemente, novas perdas no lote. Desta forma, este trabalho busca demonstrar uma falha importante de manejo na fase de creche na suinocultura e conscientizar / orientar produtores, funcionários, técnicos e demais pessoas do ramo a evitar erros simples, mas significativos e que trazem muitos prejuízos, como este, e também, investir em equipamentos e matérias-primas de boa qualidade, bem como, focar na capacitação e treinamento da equipe, pois as perdas na fase de creche trazem prejuízos não só nesta fase, mas também nas próximas fases de recria e terminação.

Referências bibliograficas:

PADILHA, Joselaine Bortolanza et al. Importância do ambiente térmico em produção de suínos na fase de creche. REDVET. Revista Electrónica de Veterinaria, v. 18, n. 2, p. 1-11, 2017.

SOUZA, Robério Gomes et al. Influência da temperatura na maternidade de suínos: revisão bibliográfica. Research, Society and Development, v. 9, n. 3, p. e193932757-e193932757, 2020

Palavras chaves: Manejo; prejuízo; suinocultura; temperatura;

Obs.: Este resumo contém 460 palavras