IFFar - Campus Frederico Westphalen
A sociedade brasileira é marcada pela desigualdade entre pessoas negras e brancas. Mesmo com uma população majoritariamente formada por sujeitos negros, que somam mas de 51% dos brasileiros, as oportunidades desses, em seus mais diferentes níveis, perpassando as dimensões do trabalho e da educação, principalmente, são inferiores quando comparadas às dos sujeitos brancos. Pesquisas realizadas pelo Pnad em 2020 mostram que a diferença salarial entre trabalhadores negros e brancos pode chegar a 30%, sendo as mulheres negras as que mais sofrem com essa disparidade. A realidade do acesso à escola por esses sujeitos não é diferente. Pesquisas apontam que apenas 60% dos jovens negros concluem o ensino medio no Brasil. As desigualdades educacionais aparecem em diferentes regiões: o sul registrou a menor porcentagem de conclusão do ensino fundamental completo. Contudo, salienta-se que apesar do número pequeno de negros com ensino médio e ensino fundamental completo, o número de negros em universidades públicas vem crescendo nos últimos anos. Ao entrarem em instituições públicas de ensino, pessoas negras deparando-se com muitos obstáculos como a falta de acolhimento e a dificuldade de acesso a auxílios para dar conclusão aos estudos. Isso posto, o presente trabalho tem como objetivo apresentar um breve panorama acerca da compreensão da temática pelos discentes do Instituto Federal Farroupilha, campus Frederico Westphalen. Ainda, pretende-se analisar o modo como os estudantes negros da instituição percebem as políticas voltadas para a diminuição da desigualdade sofrida por eles sofridas. A pesquisa foi realizada a partir da análise de respostas a um questionário com oito perguntas abertas desenvolvidas pelo grupo. A leitura de textos de pesquisadores da temática, como Almeida (2017), Figueiredo e Grosfoguel (2009) também será fundamental para o desenvolvimento do trabalho, bem como para a compreensão dos dados levantados. A pesquisa justifica-se pela necessidade e importância do debate sobre o racismo, tendo em vista que é com base nessa discussão que paradigmas e estruturas sociais fixadas podem ser questionadas e reestruturadas de modo que valores excludentes deixem de ser a norma social.
Referências bibliograficas:
ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo. Enciclopédia jurídica da PUC-SP. Disponível em: https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/92/edicao-1/racismo Acesso em 20/08/2022.
FIGUEIREDO, A.; GROSFOGUEL, R. Racismo à brasileira ou racismo sem racistas: colonialidade do poder e a negação do racismo no espaço universitário. Revista Sociedade e Cultura Goiânia, v. 12, n. 2, 2009. Disponível em: . Acesso em: 15/08/2022.