IFFar - Campus Frederico Westphalen
O cotidiano de profissionais engajados em atividades de docência do Instituto Federal Farroupilha Campus Frederico Westphalen promove verdadeiros dilemas na organização do seu tempo, especialmente no que se refere à manutenção de sua saúde e qualidade de vida. Por meio de um formulário construído por quatro estudantes, a fim de conhecer alguns hábitos de saúde e características do emprego corporal no trabalho, questionou-se sobre o perfil de trabalho: o quantitativo de caminhada realizado pelos entrevistados, o período de tempo sentado e em pé durante o trabalho, o tempo utilizado conversando - onde é exigido vocal, se no trabalho em questão se exige esforço para deslocamento de carga. Para conhecer o perfil de lazer, questionou-se o período de atividade física, estimativa de tempo junto a família e estimativa de tempo em trânsito. E também questionou-se sobre as condições de ambiente de trabalho, indagando-se sobre qualidade da iluminação, mobiliário, espaço de trabalho e ventilação. A partir dos resultados oriundos das respostas dos entrevistados, pode-se perceber sobre os professores das áreas de Administração (três respostas) e Agropecuária (seis respostas) que as suas exigências de trabalho incidem pouco e/ou insignificantemente em esforços físicos moderados ou vigorosos, uma vez que permanecem em média 5 horas por dia sentados digitando e 2,5 horas em pé ministrando aulas. Somado a isso, não carregam quaisquer objetos de carga, tornando as atividades ainda menos exigentes do ponto de vista de esforço físico. Em razão da natureza de trabalho utilizam consideravelmente seu aparelho vocal, em um volume que varia de 3 a 6 horas diárias. As tentativas de compensação relativas a pouca exigência física no trabalho ocorrem de forma insuficiente. Ainda há pouca exigência física nos raros casos relatados, quando predominam aos profissionais apenas exigências físicas relativas em deslocamentos físicos a pé e de caminhada moderadas. Sobre suas atividades físicas, quando manifestadas, responderam que caminhavam um pouco mais de 2 KM por dia. Apenas 44% dos entrevistados manifestam realizar atividades físicas em seu período de lazer, e desses, percebemos apenas 11% seguem as recomendações do Guia de Atividade Física para a População Brasileira (2021) que sugere pelo menos 150 minutos de atividades moderadas por semana. Percebeu-se também que no período dedicado ao lazer, em média são apenas 12 horas semanais dedicadas à família, muitas dessas concentradas aos finais de semana, e são utilizados de 40 a 50 minutos para se deslocarem para seu trabalho. Sobre as condições de trabalho, percebeu-se junto aos entrevistados que a maioria dos servidores entendem ser boas e adequadas para suas atividades laborais, sendo aprovado por 78% dos entrevistados. Percebemos que o trabalho de docente pode provocar desgaste emocional e físico ocasionando em um aumento de estresse, aparecimento de doenças como depressão, que resulta em licenças no emprego. A amostra de professores do IFFar Campus Frederico Westphalen apresentou que possui uma carga horária de trabalho exaustiva, o que acaba prejudicando o bem-estar. Buscando contribuir para a diminuição da carga de trabalho e desgastes oriundos de um estilo de vida sedentário (Nahas, 2017), a Ginástica Laboral contribui para promover a motivação pela prática das atividades físicas, o que proporciona um melhor estilo de vida (Lima, 2019). A escola, neste sentido, pode proporcionar o programa de ginástica laboral que traz aos professores uma alternativa promissora para o cuidado com a saúde, e um alerta de que a adoção de prática de exercícios regulares traz muitos benefícios. O mais importante é encontrar a atividade física que vai te possibilitar satisfação durante a execução, utilizando-se do pouco tempo disponível para tal.
Referências bibliograficas:
BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de Atividade Física para a População Brasileira [recurso eletrônico]. Brasília, 2021.
LIMA, V. de. Ginástica laboral e saúde do trabalhador: saúde, capacitação e orientação ao profissional de educação física. São Paulo: CREF4/SP, 2019.
MARTINEZ, V. M. L. A importância da Ginástica Laboral. Revista Brasileira de Medicina do Trabalho. n.19(4), p. 523-528. São Paulo, 2021.
NAHAS, M. V. Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 7.ª edição. Florianópolis: Ed. do Autor, 2017.