IFFar - Campus Frederico Westphalen
Os restos culturais do azevém liberam substâncias químicas no solo, chamados de aleloquímicos, as quais podem inibir o crescimento de outras espécies quando o produtor não planeja a dessecação por um período superior a trinta dias. Esse efeito inibidor é conhecido como alelopatia, e além dos restos culturais do azevém, outras plantas também interferem diretamente no percentual de plântulas normais e no crescimento inicial de algumas culturas. O azevém, por ser uma gramínea e fazer uma excelente cobertura de solo, está presente em muitas áreas que fazem integração lavoura-pecuária, mas a alelopatia é um problema que pode afetar diretamente os produtores de milho, e muitos não estão cientes do problema que é semear essa cultura após o azevém sem o devido tempo de inibição dos aleloquímicos, que, dependendo da cultura, pode chegar a 30 dias. Nosso trabalho tem como objetivo mostrar o efeito alelopático do azevém na germinação e crescimento inicial da cultura do milho. Para isso foi realizado um experimento utilizando dois períodos de dessecação do azevém para visualizar o efeito da alelopatia no milho. O azevém foi dessecado no Campus do IF Farroupilha em duas datas: um no dia 03 de agosto e outro no dia 24 de agosto. O milho será semeado em vasos de solo contendo os resíduos culturais do azevém dessecado em ambas as datas, na quantidade de 10 sementes por vaso, com três repetições, da Dekalb Híbrido VT PRO3 com 99% de PG. A semeadura será no dia 3 de setembro para ambos os tratamentos, respeitando o período mínimo de 30 dias de antecedência para o tratamento da dessecação. Com essa data de semeadura do milho, para o segundo tratamento com dessecação mais tardia e mais próxima da data de semeadura, procuramos reproduzir o que o produtor costuma fazer em suas áreas, considerando um período de 10 dias, no máximo. Foi usado, para promover a morte do azevém, o herbicida Pôquer(R) (ingrediente ativo Cletodim) que é recomendado para o manejo de plantas de folhas estreitas, na dose de 0,45 L/ha. Com o efeito do herbicida queremos reduzir, com antecipação da dessecação, o efeito aleloquímico que provoca a alelopatia, as quais estão presentes nas raízes e na palha do azevém para evitar a morte ou redução da germinação das sementes de milho. A dessecação antecipada permite o controle do azevém em tempo suficiente para evitar os efeitos negativos da competição e da alelopatia sobre a cultura. Esperamos que o milho semeado nos vasos com resíduos culturais do azevém dessecado na primeira data tenha uma boa porcentagem de germinação e um bom início de desenvolvimento, e que o milho semeado na segunda data seja afetado pelas enzimas alelopáticas do azevém, isso por não haver tempo suficiente para a inibição das mesmas.
Referências bibliograficas:
NOGUEIRA, P., SEGATTO, C., BORTOLOTTI, F. L., RESCHKE LAJÚS, C., LOPES DA LUZ, G. Intervalos de pré-semeadura da cultura do milho (Zea mays L.) após o cultivo do azevém (Lolium multiflorum Lam.) sobre a emergência e o crescimento inicial. REVISTA CIENTÍFICA ELETRÔNICA DE AGRONOMIA, Número 28 – Dezembro, 2015.
BARCELOS, F. B., PIRES, L. F. B. Dessecação em pré-semeadura de milho. PET Ciências Agrárias – UFSM/FW. Disponível em: https://maissoja.com.br/dessecacao-em-pre-semeadura-de-milho/. Acesso em 23/08/22.