IFFar - Campus Frederico Westphalen
A McDonaldização é um conceito elaborado pelo sociólogo George Ritzer na obra ‘McDonaldização da Sociedade’, em 1993. Ritzer o descreve com base no modelo de produção da rede de fastfood McDonald’s, definindo cinco características principais: eficiência, cálculo, previsibilidade, controle e comportamento instrumental. Esse modelo produtivo alcança, atualmente, diversos segmentos econômicos e experiências na sociedade, dentre os quais pode-se citar a produção industrial, medicina, jornalismo, instituições de educação, sistema bancário e redes sociais (Ritzer, 2021). Por ser um sistema abrangente e pouco discutido na sociedade, naturalizado como forma de padronização de processos, esse trabalho pretende suscitar o debate acerca do tema, bem como avaliar o conhecimento sobre o conceito da McDonaldização na comunidade acadêmica do IFFar-FW, com parte do Trabalho de Conclusão de Curso elaborado por este autor. Trata-se de uma pesquisa com abordagem quantitativa e não probabilística. Quanto aos fins, classifica-se como descritiva e quanto aos meios, consiste em uma pesquisa de campo onde um questionário online foi remetido à lista de alunos ativos do IFFar, campus Frederico Westphalen, o qual compreendem 1029 alunos. Foram obtidas 52 respostas (aproximadamente 5,05% do total de estudantes). Perguntados sobre o conceito de McDonaldização, apenas 5,8% respondeu que tinha uma noção do que se tratava, 44,2% nunca havia ouvido falar e 50% já ouviu, leu ou assistiu algo a respeito do tema. Quanto à percepção sobre a burocracia, 40,4% disse que ela mais atrapalha do que auxilia a vida dos indivíduos, enquanto que 59,6% declarou que considera ela importante para a organização da sociedade. Questionados sobre suas preferências de consumo de bens e serviços, 19,2% prefere escolher pela uniformidade de produção, 23,1% prefere escolher produtos de qualidade mediana ou satisfatórios desde que seu prazo de entrega ou produção seja o mais breve possível e para 57,7% dos respondentes, a qualidade é essencial, mesmo que isso implique em um maior tempo de produção ou entrega. Sobre o uso das tecnologias empregadas na produção, 13,5% enxergam com preocupação seu uso desenfreado nas mais diversas áreas, 28,8% considera ótimo e como sinal de avanço da humanidade enquanto que 57,7% não considera problemático, desde que seu uso seja racional. Quanto ao capitalismo, 21,2% o considera bom, 28,8% não tem opinião formada e 50% considera ruim a venda de mão de obra por um valor monetário. Questionados sobre o trabalho, 19,2% considera algo maçante, 34,6% como fator dignificador da vida humana e 46,2% o consideram como o único meio pelo qual é possível alcançar a estabilização financeira. Sobre a intervenção estatal na economia, 9,8% declararam que isso não deve ocorrer, enquanto que 90,2% consideram ser necessária enquanto houver problemas sociais a serem solucionados. Através deste trabalho foi possível concluir que, dado o recorte da pesquisa, para a maioria dos respondentes, as preferências, hábitos de consumo e opiniões acerca da economia e política não estão alinhados com o fenômeno da McDonaldização, mesmo este sendo cada vez mais presente na vida das pessoas.
Referências bibliograficas:
RITZER, George. The McDonaldization of Society: Into the Digital Age. 10. ed. Thousand Oaks, US: Sage Publications, 2021.