A região sul do Brasil possui um inverno mais rigoroso quando comparado a outras regiões, apresentando baixas temperaturas durante aproximadamente 3 meses do ano. Isso faz com que as inspeções de colmeias de abelhas (Apis melifera), nesse período do ano, se torne uma atividade delicada que dificulta o manejo de rotina. Isso se dá devido à mudança térmica que ocorre no interior da caixa quando, a partir de sua abertura, o enxame fica exposto às condições climáticas mencionadas, o que pode provocar a morte das larvas devido à súbita variação de temperatura e consequentemente, o enfraquecimento do enxame. Diante disso construímos uma caixa adaptada para clima frio, baseada no modelo americano (Langstroth), que por sua vez é uma caixa de clima quente, com o objetivo de facilitar a inspeção rotineira da caixa nesse período onde as variações de temperatura e a florada com baixa produção, podem afetar drasticamente o desenvolvimento normal do enxame. Há também, em uma das laterais da caixa ninho uma abertura dobrável em forma de porta, com uma placa transparente que possibilita a visualização do interior da colmeia, sem a necessidade de abrir a caixa. Para a confecção da caixa, foi utilizado uma prancha de madeira de 230 x 30 x 2,5 cm, pregos, 2 dobradiças, fios elétricos adaptados com lâmpadas de led, uma bateria de 9 volts, um plug fêmea para a bateria, 2 garrafas pet e percevejos, além do material para corte e lixamento da madeira. Na montagem da caixa, os quadros foram dispostos em sentido paralelo ao alvado (padrão de caixa fria como no modelo Schenk), com uma abertura lateral vedada com material alternativo transparente e de baixo custo (garrafa pet), que foi fixada com percevejos na parede interna da caixa. Para facilitar a visualização foram instalados 5 leds por fora da proteção plástica, na lateral, para evitar que as abelhas passem própolis nas lâmpadas, garantindo a visualização do interior da caixa fechada com iluminação própria. Com isso esperamos que a caixa seja aceita pelas abelhas, sem que haja a propolização da lateral de visualização e, para isso, realizaremos um teste do equipamento no Apiário do IFFAR campus Frederico Westphalen, para que consequentemente a caixa possa trazer benefícios para a apicultura visando melhorar e facilitar o manejo dos apicultores em períodos críticos da produção de abelhas.

Referências bibliograficas:

Costa, Paulo Sérgio Cavalcanti. Planejamento e Implantação de Apiário. Viçosa – MG, CPT, 2007. 178p.

Costa, Paulo Sérgio Cavalcanti. Manejo do Apiário – “Mais mel com Qualidade” Viçosa – MG, CPT, 2007. 248p.