O Jogo da Óptica: A Aprendizagem de Conceitos para a Inclusão

IFFar - Campus Frederico Westphalen

Carlos Henrique da Silva Bald 1 ; Geisy Gabrielli Poncio 2 ; Lorenzo Necchi Wendel de Queiroz 3 ; Talita Vargas de Souza 4 ; Gustavo Ferreira Prado 5
1Estudante do Curso Téc. Administração (T15), e-mail: Carloshbald@gmail.com 2Estudante do Curso Téc. Administração (T15), e-mail: Geisygabri@gmail.com 3Estudante do Curso Téc. Administração (T15), e-mail: Lorenzowendel12@gmail.com 4Estudante do Curso Téc. Administração (T15), e-mail: Talitavds18@gmail.com 5Prof. Orientador (IFFar), e-mail: gustavo.prado@iffarroupilha.edu.br

Sucesso e fracasso escolar são temas modernos no campo da Educação e refletem a preocupação com o desenvolvimento de novas políticas inclusivas, onde o acesso à educação pública torna-se uma realidade concretizada, contudo a permanência dos estudantes ainda apresenta dados alarmantes no Ensino Médio. No Brasil, quase 4 a cada 10 jovens de dezenove anos não concluíram o Ensino Médio e segundo dados do IBGE 62% destes jovens abandonaram os estudos ou nunca frequentaram a escola. As razões para a evasão e o abandono escolar podem ser muitas: acesso limitado, necessidades especiais, gravidez e maternidade, atividades ilegais, mercado de trabalho, pobreza, violência, déficit de aprendizagem e outros. Ademais, de acordo com o pensamento de Bourdieu (NOGUEIRA; NOGUEIRA, 2004), contrapondo-se ao empirismo positivista das primeiras décadas do século XX e à idealização de que a escola ofereceria garantias de ascensão social, de maior complexidade na divisão social do trabalho e de domínio autônomo de atividades desempenhadas, a escola de hoje pode ser compreendida como um espaço social de manifestação de diferentes estruturas de poder simbólico. O poder simbólico exercido por indivíduos ao reproduzir comportamentos faria com que eles se sentissem privilegiados ou inferiorizados, aceitando suas posições em uma hierarquia social. As percepções dos indivíduos de que são incultos, mal informados ou mesmo pouco inteligentes, de acordo com a lógica de Bourdieu, já foram demonstradas em trabalhos anteriores do LEPEP de Física do IFFar-FW (PRADO, 2019), assim como seus agravantes para o processo de evasão e fracasso escolar. Buscando reduzir a manifestação das desigualdades simbólicas no Ensino de Ciências, nitidamente demonstrada pela posição social ocupada por alunos que chegam ao Ensino Médio com facilidades em trabalhar com operações matemáticas, com uma base linguística sofisticada quanto às temáticas que envolvem as Ciências e sensíveis à violência simbólica intrínseca à posição social ocupada pelos estudantes nas aulas de Física, foram iniciados diferentes projetos buscando a integração dos alunos e a aprendizagem por meio de metodologias diferenciadas. Apresentamos neste trabalho, em fase inicial de desenvolvimento, um jogo de cartas que tem a potencialidade de ensinar óptica (cores que compõem o espectro visível) em uma lógica cooperativa que estimula a aprendizagem por meio da utilização de símbolos diferentes daqueles reconhecidos e reproduzidos em um ambiente de aprendizagem tradicional. Tanto a lógica do jogo quando a produção das cartas foi desenvolvida por alunos do Ensino Médio e os testes serão iniciados no segundo semestre de 2019.

Referências bibliograficas:

NOGUEIRA, M. A.; NOGUEIRA, C. M. M. Bourdieu e a educação. Belo Horizonte: Autêntica,2004.

PRADO, G.F. Metodologias Ativas no Ensino de Ciências: um estudo das relações sociais e psicológicas que influenciam a aprendizagem. 2019. 377f. Tese (Doutorado em Ensino de Ciências e Matemática) – Faculdade de Ciências, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Bauru.

Palavras chaves: Jogo da Óptica, Ensino de Física, Pierre Bourdieu, Ensino de Ciências, Evasão e Fracasso Escolar.

Obs.: Este resumo contém 399 palavras