IFFar - Campus Frederico Westphalen
O grande aumento na população de suídeos asselvajados (Sus scrofa) no território brasileiro, levou a uma preocupação com relação aos possíveis prejuízos econômicos, relacionados a produção e exportação de carne suína. Esses animais podem agir como reservatório de diversas doenças zoonóticas, como a tuberculose e a hepatite E, e de importância para a suinocultura, como a peste suína clássica e a circovirose. Este trabalho teve como objetivo investigar e descrever as alterações macroscópicas encontradas em suídeos asselvajados abatidos no estado do Rio Grande do Sul. Os animais utilizados no projeto foram oriundos de caças, realizadas por caçadores autorizados. Nesta primeira etapa do projeto, as caças ocorreram nos municípios de Alegrete e Quaraí e foram abatidos seis animais, sendo quatro machos e duas fêmeas. Os animais abatidos foram necropsiados, de acordo com o guia de necropsia de suídeos, e todos os órgãos inspecionados, com exceção do sistema nervoso central. Os principais achados envolviam lesão lineares e perfurantes na pele, distribuídas em região de pescoço e porção proximal dos membros anteriores, que foram interpretadas como feridas ocasionadas por brigas entre os animais da mesma espécie. Em dois animais havia discreta infestação por carrapatos do gênero Rhipicephalus microplus. Em quatro animais observaram-se pequenos nódulos proeminentes na serosa do intestino, com 0,3 a 0,8 cm de diâmetro, associados com endoparasitas do gênero Macracanthorhynchus hirudinaceus. Estes resultados reforçam a necessidade do controle populacional e monitoramento sanitário de suídeos asselvajados, uma vez que foram encontrados parasitas com potencial zoonótico como Macracanthorhynchus hirudinaceus.
Referências bibliograficas: