Aumento da Eficiência do uso da Água pelas Plantas em Cultivo Protegido

Colégio Agrícola de Frederico Westphalen

ADãO CASTANHO NETO 1 ; ADICLEI TALACZINSKI 2 ; HENRI BARON JUNIOR 3 ; SAMUEL MANFIO 4 ; IVAN LUIS ZENZEN 5
1Aluno do 1° ano do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio, e-mail: adao_devereda@hotmail.com 2Aluno do 1° ano do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio, e-mail: adicleitalaczinski@hotmail.com 3Aluno do 1° ano do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio, e-mail: henribaronjunior@hotmail.com 4Aluno do 1° ano do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio, e-mail: samuel.manfio@yahoo.com.br 5Professor do Ensino Básico Técnico e Tecnológico, e-mail: ivanzenzen@yahoo.com.br

A troca de água e CO2 entre as folhas e a atmosfera é um processo de crucial importância para os vegetais, através do qual ocorre a dissipação de calor (transpiração) e a captação do substrato primário da fotossíntese, respectivamente. Apesar da concentração e fluxos associados apresentarem sentidos opostos, o efluxo de água e influxo de CO2 são processos essencialmente difusivos realizados através do estômato. Como ambos os processos utilizam-se desta mesma via, os vegetais terrestres estão constantemente sob o mesmo dilema: permitir o influxo máximo de CO2 para realização da fotossíntese é vantajoso, porém pode perigosamente conduzir a desidratação do vegetal. Desta forma, a regulação estomática, regida por fatores internos e externos (ambientais), deve otimizar a produção de matéria seca pelo balanceamento entre fotossíntese e transpiração. Adicionalmente, a agricultura vem defrontando-se com restrições na disponibilidade hídrica, conseqüência de intempéries climáticas cada vez mais freqüentes, o que requer um esforço no sentido de otimização dos recursos disponíveis. Com o intuito de apresentar uma nova proposta para aumentar a eficiência do uso da água em cultivos protegidos, desenvolveu-se o presente estudo. Procedeu-se a confecção de um protótipo de casa de vegetação com o máximo de vedação da estrutura por meio do uso de filme plástico próprio para cultivos protegidos, reduzindo a perda de vapor d’água de seu interior. A base da estrutura foi confeccionada em madeira nas dimensões de 100x75x25cm, à qual foi acoplada uma estrutura retangular de metal com 75cm de pé-direito, fornecendo assim sustentação à vedação. O filme plástico por sua vez foi acomodado desde a base até a estrutura superior, efetuando maior vedação possível deste filme, e este sendo revestido na face superior da estrutura com tela para sombreamento do tipo Sombrite® 65% para evitar aquecimento excessivo. A base foi preenchida com substrato próprio para cultivo das plantas e junto ao nível do substrato foram acomodados reservatórios de água que atuam como evaporadores atmosféricos, para reposição da saturação de vapor d’água eventualmente perdido do interior da estrutura. Como controle, foi utilizada uma estrutura revestida apenas com a tela para sombreamento do tipo Sombrite® 65%, mantendo a atmosfera com umidade ambiente. Foram plantadas mudas de pimentão (Capsicum annuum L.), fornecendo-se a mesma quantidade de água em ambas as estruturas, com intuito de verificar diferenças no turgor dos tecidos vegetais quando estas plantas são submetidas à restrição hídrica. Fica evidente que as diferentes estruturas influenciam sobre o crescimento e desenvolvimento dos vegetais, exercendo atividade sobre a fotossíntese. O protótipo vedado de casa de vegetação influencia sobre o acúmulo de vapor d’água, afetando o déficit de pressão de vapor (DPV) em seu interior, regulando por fim a atividade estomática das plantas. O efeito do DPV pode explicar fisiologicamente as diferenças existentes na fotossíntese das plantas quando comparadas estas àquelas cultivadas em condições de atmosfera com umidade ambiente.

Referências bibliograficas:

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Palavras chaves: déficit de pressão de vapor, estômato, trocas gasosas, fotossíntese.

Obs.: Este resumo contém 465 palavras