Colégio Agrícola de Frederico Westphalen
A eficiência global do uso do nitrogênio em cultivos de cereais é de apenas 33%, o que significa uma perda de 67% do nitrogênio restante, um custo substancial em fertilização nitrogenada de baixa eficiência e prováveis impactos negativos ao ambiente, destino da quantidade não aproveitada pelas plantas. O nitrogênio possui papel fundamental no metabolismo vegetal, participando diretamente na biossíntese de proteínas e outras moléculas importantes como as clorofilas, no entanto, encontra-se em quantidades insuficientes na maioria dos solos brasileiros, requerendo a prática da fertilização. Na cultura do milho, há uma intensa absorção de nitrogênio nas fases iniciais de desenvolvimento, e a sua deficiência pode representar uma das maiores limitações à produtividade. Neste sentido, o conhecimento dos processos envolvidos na incorporação e transformação do nitrogênio no sistema solo-planta-atmosfera é de crucial importância ao desenvolvimento de estratégias de manejo nas culturas agrícolas. A aplicação foliar pode representar uma alternativa eficiente de fornecimento de nitrogênio às plantas, evitando perdas e custos excessivos. A uréia é indicada na adubação foliar da cultura por conter alto teor de nitrogênio, alto grau de solubilidade e baixa corrosividade. Com o intuito de avaliar o efeito da uréia sob aplicação foliar e sob aplicação em solo nos estádios iniciais da cultura do milho, procedeu-se o presente estudo. Sementes de milho (Zea mays L.) foram semeadas em recipientes de um litro e meio, na proporção de três sementes por recipiente. A adubação, realizada sob as duas modalidades (foliar e solo) consistiu da aplicação de uma dose equivalente a 150 kg/ha de uréia assim que as plântulas emergiram. Apesar do estádio de desenvolvimento pouco avançado das plântulas de milho, aparentemente plantas que receberam o nutriente solubilizado e aspergido na parte aérea da plântula apresentam uma taxa de crescimento levemente superior, o que pode ser visualizada no vigor da plântula durante seu estabelecimento. É possível que o nutriente solubilizado seja mais rapidamente incorporado pelo tecido vegetal através da aspersão, podendo ser metabolizado logo em seguida, enquanto na adubação em solo há necessidade de mobilização do nutriente das partículas do solo até a raiz e desta até a parte aérea. Outro fator que pode estar envolvido é a perda do nutriente, uma vez que estas poderiam ser reduzidas com a aplicação foliar.
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