A prática da agricultura baseia-se na dependência de insumos para produção de alimentos, dentre os quais a água representa uma das principais demandas. A água se faz necessária ao processo metabólico exercido pelas plantas, sobretudo o processo de transpiração. A absorção da água pelas plantas se dá pelas raízes, sendo que apenas uma pequena parte desta água é incorporada na matéria seca do vegetal, na forma de água constituinte; a maior porção é liberada pelas folhas na forma de vapor de água, através dos estômatos para a atmosfera. Sem disponibilidade de água no solo, ocorre o estresse hídrico, afetando assim o crescimento e a produção. Neste sentido, a prática da irrigação tem sido fundamental para garantir o abastecimento de produtos agrícolas. No mundo, aproximadamente 18% da área cultivada é irrigada, sendo esta responsável por 44% da produção global de alimentos. Desta forma, num contexto em que muitos países já utilizam toda sua área agricultável, observa-se que a agricultura irrigada exerce papel fundamental, proporcionando grande potencial produtivo, valor econômico e potencial de expansão, sendo uma a importante alternativa do ponto de vista de aumento da produção de alimentos. Neste sentido procedeu-se a confecção de uma maquete apresentando os principais sistemas de irrigação empregados na agricultura (irrigação pressurizada por aspersão, por gotejamento, por malha subterrânea e irrigação por gravidade/alagamento), com o intuito de demonstrar a aplicabilidade prática da mesma em diferentes contextos, situando cada qual com o desempenho do sistema adotado. Em termos locais, discutem-se ainda as principais culturas designadas para cada método de irrigação e seu potencial de retorno econômico, bem como os benefícios para a propriedade que se utiliza destas tecnologias. As implicações da adoção de cada sistema e seu funcionamento geram questões polêmicas como o consumo de aproximadamente 70% do total da água doce utilizada no planeta pela agricultura irrigada, entretanto pouco se considera a respeito dos mais de 90% que retornam ao ciclo hidrológico pela transpiração. Verifica-se ainda que o advento e incorporação de novas tecnologias geradas a partir da pesquisa para melhorar a produtividade das culturas e proporcionar o uso eficiente da água auxiliarão a evitar desmatamentos e plantios em áreas marginais, com redução de risco e geração de emprego e renda.

Referências bibliograficas:

DENÍCULI, W.; BERNARDO, S.; THIÁBAUT, J. T. L.; SEDIYAMA, G. C. Uniformidade de distribuição de água, em condições de campo, num sistema de irrigação por gotejamento. Revista Ceres, v. 27, n. 50, p. 155-162, 1980.

ESPÍNDULA NETO, D.; MANTOVANI, E. C.; OLIVEIRA FILHO, D.; SILVEIRA,

S. de F. R.; RAMOS, M. M. Manejo racional da água de irrigação na cafeicultura irrigada por pivô central e gotejamento. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PESQUISA EM CAFEICULTURA IRRIGADA, 6., 2003, Araguari. Anais... Uberlândia: UFU, 2003. p. 151-156.

FRIZZONE, J. A.; DOURADO NETO, D. Avaliação de sistemas de irrigação.

MIRANDA, J. H. de; PIRES, R. C. de M. (eds.). Irrigação (Série Engenharia Agrícola). Piracicaba-SP: FUNEP, 2003. v. 2. p. 573-651.

ITABORAHY, C. R.; COUTO, L.; SANTOS, D. G. dos; PRETO, L. A.;

REZENDE, L. S. Agricultura irrigada e o uso racional da água. Brasília: Agência Nacional das Águas, Superintendência de Conservação de Água e Solo, 2004. 30 p.

LIMA, J. E. F. W; FERREIRA, R. S. A.; CHRISTOFIDIS, D. O uso da irrigação

no Brasil. 2004. Disponível em: . Acesso

em: 13 nov. 2012.