IFFar - Campus Frederico Westphalen
Este trabalho apresenta resultados de uma pesquisa que teve como objetivo identificar como os estudantes do Ensino Médio do Instituto Federal Farroupilha – Campus Frederico Westphalen organizam o seu tempo associado à rotina estudantil. Tal intenção está articulada ao Projeto de Ensino intitulado Projeto de Vida: prevenir a evasão e promover a aprendizagem no referido instituto. Para tanto, foi realizada uma oficina com todas as turmas do 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio totalizando 13 turmas. A oficina foi organizada em dois momentos, o primeiro para que os estudantes, por meio de questionamentos, identificassem quais as atividades que investem mais tempo em sua rotina, por exemplo: tempo de uso nas redes sociais, nos estudos, para a família, consigo mesmo, entre outras. A quantificação do tempo investido nessas atividades ocorreu com registros em um gráfico. No segundo momento, desenvolveu-se uma reflexão sobre Kairós e Chronos, uma história da mitologia grega para compreenderem as diferenças entre ambos os tempos. Para a presente análise, foram selecionadas as questões sobre o tempo dos estudantes destinado aos estudos e redes sociais, de modo a compará-las e mostrar como estas relações interferem no hábito de estudo. Foi possível constatar que, de modo geral, o tempo que os alunos utilizam para as redes sociais é 1,77 vezes maior que para os estudos. Evidenciou-se que os alunos, dos 3° anos, dedicam mais tempo aos estudos se comparados aos 1° e 2° anos. Tal dado sugere os preparativos para o Exame Nacional do Ensino Médio e demais processos de seleção para o Ensino Superior atinentes a esta etapa da Educação Básica. Em relação às horas diárias dedicadas aos estudos, a média geral foi de 1,98h e de 3,52h diárias para redes sociais. Esse panorama do tempo investido em redes sociais encontrar-se acima da média se comparado ao tempo de estudo, assemelha-se aos dados de Oliveira (2017) que concluiu que alunos do Ensino Médio e Superior utilizam por volta de 9 horas diárias na internet, sendo que 28% desse tempo foi em redes sociais, em torno de 2,5 horas, o que se aproxima do valor obtido na realidade em análise. Por fim, o tempo em redes sociais representa-se duplamente maior que o investido em estudos diários, advertindo para o planejamento de práticas pedagógicas que possam instigar os estudantes a usarem as tecnologias digitais a favor dos seus estudos, além da responsabilidade, em âmbito familiar, para os limites desse uso.
Referências bibliograficas:
OLIVEIRA, Eloiza Silva Gomes. Adolescência, internet e tempo: desafios para a Educação. Scielo, 2017. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/er/n64/0104-4060-er-64-00283.pdf. Acesso em: 07 de ago. 2018