Colégio Agrícola de Frederico Westphalen
Tecnicamente, os “leitos biológicos” consistem em um local impermeabilizado e preenchido com uma biomescla composta por solo, turfa e resíduos lignocelulósicos (restos ou palha de cultivos). Quando este destinar-se a limpeza e descarte de resíduos de implementos mecanizados, o mesmo inclui uma rampa de acesso para o estacionamento do pulverizador sobre uma cobertura de grama; no caso da limpeza e descarte de pequenos volumes, como por exemplo, de pulverizadores costais, há possibilidade de construir o leito em um recipiente com fundo impermeabilizado, de menor porte e custo. Eles se destinam a contribuir com o manejo adequado de resíduos de agrotóxicos utilizados na agricultura, de forma que o sistema reduz a concentração de pesticidas “livres” provocada pelo processo simultâneo de absorção dos componentes orgânicos e degradação/quelação dos componentes microbiológicos da biomescla. A tecnologia está sendo amplamente difundida em um grande número de países da Europa, contudo poucos países da América do Sul a empregam atualmente, especialmente por tratar-se de uma novidade tecnológica na agricultura. Com a finalidade de difundir a tecnologia de descarte adequado de resíduos de agrotóxicos, construiu-se um protótipo de leito biológico de volume igual a 100 litros. Foram utilizados latossolo (25%), compostos orgânicos animais (esterco caprino, ovino, bovino e de aves) oriundos de criações presentes na região do Médio-Alto-Uruguai (25%) e palhada de trigo (50%), adaptando o modelo aos materiais disponíveis. Além das proporções, o protótipo contou com a disposição dos materiais em camadas seqüenciais sendo estas do fundo do recipiente para porção superior: palhada de trigo(10%), mistura de latossolo (10%) + composto orgânico (10%), palhada de trigo (20%), mistura de latossolo (10%) + composto orgânico (10%), palhada de trigo (20%), e por final, na camada da superfície do leito foi acondicionada a mistura de latossolo (5%) + composto orgânico (5%), na qual foram plantadas mudas de grama. Após adicionar no leito biológico o resíduo de agrotóxico, é recomendável deixá-lo descoberto em dias mais ensolarados para que o excesso de água evapore e não acumule no fundo do reservatório, cobrindo o mesmo pela noite e em dias chuvosos. Os resíduos permanecerão no recipiente até estabilização, em torno de três a seis meses a contar da última adição e dependendo do produto adicionado.
Referências bibliograficas:
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