Colégio Agrícola de Frederico Westphalen
O cultivo de microalgas para produção de biocombustíveis vem se tornando uma realidade em vários locais do globo. Estes organismos podem ser considerados pequenas fabriquetas biológicas, cujo processo de produção de energia química via fotossíntese assimila o dióxido de carbono (CO2) a partir da luz do sol. A elevada eficiência na conversão desta energia faz até com que estes vegetais possam dobrar de tamanho várias vezes ao longo do dia, dado sua rapidez na reprodução, agregando rapidamente uma elevada biomassa. Todo este processo possui um elemento adicional de grande interesse, o processo se dá sem a utilização de qualquer área agricultável, visto que estes organismos são capazes de se desenvolver em água salgada, doce ou até mesmo contaminada, representando uma de suas vantagens competitiva como potencial de produção de energias renováveis em face de outras culturas. Como nutrientes, algumas espécies acumulam lipídeos com potencial produtivo por área superior a uma enorme gama de plantas utilizadas para produção de biocombustíveis, outras espécies apresentam cerca de 60% de sua biomassa seca na forma de carboidratos fermentáveis, constituídos primordialmente pelo alginato, o que facilita os processos industriais. Enzimas especificamente desenvolvidas para degradar este carboidrato permitem a utilização dos principais açúcares das algas como matéria-prima economicamente viável para produção de combustível renovável. Dado o emprego potencial das microalgas na produção de biocombustíveis, este trabalho visa realizar uma revisão focando o emprego destes vegetais como fontes de energias renováveis, além de verificar a possibilidade de sua multiplicação em ambiente enriquecido com nitrogênio, visando incrementar a produção de biomassa. Algas de água doce foram coletadas em corpos hídricos da região Médio-Alto-Uruguai e acondicionadas em potes plásticos transparentes com diferentes níveis de nitrogênio (0, 1, 3, 5 e 10%), permanecendo sob iluminação constante. Percebeu-se que a presença de nitrogênio influencia positivamente o crescimento e desenvolvimento dos vegetais, acarretando em acúmulo de biomassa e potencializando sua utilização como fonte para produção de biocombustíveis, uma vez que a quantidade de matéria prima (produção de biomassa) é fator determinante para emprego e sucesso de qualquer organismo vegetal na produção de energias renováveis.
Referências bibliograficas:
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