Colégio Agrícola de Frederico Westphalen
Nos anos recentes, o Brasil sofreu uma profunda mudança do perfil tecnológico da aplicação de agrotóxicos, resultado da própria evolução das práticas de gerenciamento, busca pelo aumento da eficiência dos processos e redução de custos e do impacto ambiental gerado na atividade agrícola. De um modo geral, o sucesso da aplicação de agrotóxicos e o resultado do controle são fruto da interação de alguns fatores-chave, tais como a seleção das pontas, ajuste do volume de calda, parâmetros operacionais, utilização dos produtos adequados, condições ambientais favoráveis e o momento correto de aplicação. No que se refere à utilização dos produtos adequados, o uso de adjuvantes pode ser determinante para obter o resultado desejado em determinadas situações, auxiliando na cobertura dos alvos e/ou absorção da molécula química responsável pelo controle. A definição da tecnologia a ser empregada deve considerar um estudo detalhado das características de cada alvo, que, associado aos fatores externos, como as condições climáticas, proporcionará o embasamento das decisões técnicas relativas à aplicação. No caso da aplicação direcionada às plantas, este estudo deverá abranger aspectos como movimentos foliares, estádio de desenvolvimento, cerosidade, pilosidade, rugosidade, face da folha (adaxial/abaxial) e arquitetura de planta. Com o objetivo de demonstrar a eficácia do emprego de adjuvantes como tecnologias auxiliares na aplicação de agrotóxicos, procedeu-se o seguinte estudo. Foram avaliadas três classes de adjuvantes: espalhante adesivo, óleo mineral e ativadores de membrana sobre plantas de Euphorbia heterophylla L., Conyza sp. e Xanthium strumarium L. Adicionalmente, foram coletadas folhas de plantas daninhas de diferentes espécies vegetais, cada qual com diferentes padrões morfológicos e/ou adaptações morfofisiológicas distintas, à exemplo da cerosidade, pilosidade e rugosidade, procedendo-se a aplicação de “calda corante” com os diferentes adjuvantes sobre cada folha. Verifica-se que, a depender da necessidade da aplicação (definida pelas características morfofisiológicas da espécie a ser controlada), a adição de adjuvantes à calda de pulverização potencializa a ação herbicida do produto, seja pelo aumento da superfície de contato da gota com a superfície foliar, ocasionada pela adição de espalhante adesivo; pelo aumento da absorção da molécula herbicida pela superfície foliar através de transportadores, estimulados por ativadores de membrana nitrogenados; pela adesividade, ação anti-evaporante, espalhante e penetrante conferida pelo óleo mineral à calda. Empregados corretamente, os adjuvantes representam tecnologias eficientes no aumento da eficácia da aplicação de agrotóxicos.
Referências bibliograficas:
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