A população humana depende diretamente do equilíbrio ambiental, porém sérios problemas estão relacionados à dependência do uso de agroquímicos na produção de alimentos. Segundo Pedlowski et al., (2012) no Brasil foram utilizadas mais de 700 mil toneladas de inseticidas sintéticos, muitos deles proibidos em vários países devido a sua alta toxicidade. A necessidade de dispor de novos compostos para controle de pragas e que não causem contaminação ambiental como: efeitos prejudiciais sobre organismos benéficos, aparecimento de insetos resistentes, resíduos tóxicos nos alimentos, problemas de saúde aos aplicadores e incrementos nos custos de produção, objetivou a turma do nono ano de uma escola rural no município de Palmitinho RS a pesquisar e testar métodos tradicionais de baixa a nenhuma agressividade ao homem e à natureza e que fossem eficientes no controle de insetos e de outros invertebrados que atacam e destroem as hortaliças. Foram selecionadas as plantas: losna (Artemisia absinthium), arruda (Ruta graveolens), cravo-de-defunto (Tagetes minuta), pimenta-do-reino (Piper nigrum), hortelã (Mentha sp), primavera (Bougainvillea spectabilis), além do alho como defensivo alternativo. Após o estudo das propriedades das plantas, foram realizado através do método artesanal a extração dos princípios ativos como a maceração, trituração e cozimento, feito uma calda e pulverizado a plantação de hortaliças na horta da escola e nas suas propriedades. Após algumas semanas foram confirmadas a eficiência desses métodos no controle das pragas (lesmas, lagartas e pulgões). Essa pesquisa permitiu a compreensão de que é possível produzir alimentos sem o uso de veneno, controlar ataques de pragas na horta e tornar o ambiente mais saudável. O problema apresentado estimulou a curiosidade e o interesse dos estudantes em pesquisar e testar suas hipóteses, participando ativamente na construção do seu conhecimento científico.

Referências bibliograficas:

PEDLOWSKI, M. A. et al, (2012). Modes of pesticides utilization by Brazilian smallholders and their implicatios for human health and the environment. Crop Protection, Guildford, v. 31, n. 1, p. 113 – 118.