Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI)
A produção de novos saberes é caracterizada por uma crescente velocidade, bem como, um processo cada vez mais dinâmico, observadas as necessidades de resultados satisfatórios e que contribuam de alguma forma para o desenvolvimento da humanidade. Neste contexto, a Transposição Didática, estudada por Chevallard, surge principalmente para promover uma aproximação entre comunidade científica e comunidade escolar, uma vez que ambas diferem em muitos aspectos. Assim, este trabalho visa identificar os principais elementos que definem a teoria da Transposição Didática, além de contextualiza-la no ensino do Cálculo Diferencial e Integral, vistas as inúmeras dificuldades enfrentadas por discentes desta disciplina. São dois os principais elementos que norteiam a teoria da Transposição Didática: a transformação e a seleção de saberes científicos (representados pelos artigos científicos, dissertações, teses, etc.), para que estes tornem-se saberes passíveis de serem ensinados, chamados de saber à ensinar (representados pelos livros didáticos, programas disciplinares, etc.). Isso ocorre pelo fato, já citado anteriormente, de que o contexto científico, no qual são produzidos os saberes científicos, difere significativamente do contexto em que o saber será ensinado. Aliado à isso, o saber científico não é produzido com o objetivo inicial de ser ensinado. Portanto, transformar e selecionar os saberes científicos é necessário para que estejam aptos à ocupar um espaço no ensino. Em relação ao ensino do Cálculo Diferencial e Integral, é possível concluir que, para o saber estar apto à ser ensinado para os discentes, é necessário que o profissional docente realize essas transformações e seleções de saberes, contextualizando à realidade dos alunos, além de proporcionar atividades investigativas e momentos de aprendizagem significativa através da discussão e argumentação pelos discentes. Ainda é importante destacar que o uso de tecnologias pode ser uma ferramenta interessante neste processo de transformação de saberes.
Referências bibliograficas:
PAIS, L. C. Transposição Didática. In. Educação Matemática: uma introdução. São Paulo: EDUC, 1999, p. 13 - 42.