IFFar - Campus Frederico Westphalen
A inclusão escolar de pessoas surdas é um processo contínuo de aprendizagem para todos e implica no conhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras) utilizada por elas em sua maioria, pois é a partir da Libras que se constroem processos comunicativos entre surdos e ouvintes. Este trabalho é oriundo do projeto de ensino SinaLibras: curso básico de Libras no IFFar Campus Frederico Westphalen. Para este contexto, o propósito é apresentar os sentidos atribuídos, pelos participantes do projeto, sobre a Libras e as justificativas para aprendê-la. Para a obtenção dos dados foi preenchido, pelos 24 participantes, um questionário com perguntas objetivas e descritivas, divido em dois temas, os quais constituíram as categorias de análise: “Libras e Surdez: o que eu sei e o que não sei?” e “Libras? Que língua é essa?”. Os dados revelaram que mais da metade dos participantes nunca realizaram um curso de Libras, sendo o conhecimento sobre a mesma classificado entre nulo (79%) e regular (16%). Acerca do reconhecimento linguístico, 66,% afirmam que a Libras é uma língua porém não universal, característica citada por 83%. Registraram ser verdadeira a afirmação de que a língua de sinais é uma versão sinalizada da língua oral e que as dificuldades no aprendizado da língua portuguesa escrita, pelas pessoas surdas, relacionam-se pela ausência da prática da oralidade (54%). Em relação à adoção da Libras ser consensual entre as pessoas surdas, 83% negam essa assertiva igualmente à prática da leitura labial ser prevalente. As nomeações “surdo”, “surdo-mudo” e “deficiente auditivo” denotaram dúvidas na menção apropriada, predominando “surdo” e “surdo-mudo”. Sobre os motivos para aprender Libras, predominaram a comunicação e a qualificação na formação e vida profissional. Conclui-se que o aprender Libras implica conhecer as particularidades linguísticas e culturais associadas às pessoas surdas, concomitante ao processo contínuo de rever olhares sobre as mesmas.
Referências bibliograficas: